A REJEIÇÃO PRIMORDIAL E O NASCIMENTO DO PSIQUISMO/SUBJETIVO

 

A REJEIÇÃO PRIMORDIAL E O NASCIMENTO DO PSIQUISMO/SUBJETIVO

Minha hipótese é que na vida intra-uterina todo feto se “sente” num paraíso, afinal, é carregado de um lado para outro como um rei, alimentado e nutrido continuamente, passando os dias imersos nas “águas” daquele paraíso.  Claro que em muitos casos o lado externo deste paraíso é um inferno.

E eis que, um dia, vem a expulsão do paraíso. (seria esta a expulsão do paraíso descrita no Gênesis?)

O trauma primordial ocorre.

 A rejeição que “pare” – de parir - o psiquismo humano. Psiquismo que é nossa condição/estrutura emocional (e não mental).

O ser subjetivo é parido, pois é ele que vivenciou naquele momento, a expulsão e “sentiu” o ocorrido como “a rejeição”. Em termos psicanalíticos poderia se dizer que o “sujeito” passou a se sentir “objeto” também, ou seja, a estrutura psíquica sujeito-objeto nasceu. Afinal antes, na vida intra-uterina, ele era só sujeito – único, inclusive com o corpo da mãe – e ao ser separado daquele corpo, a unicidade também é cindida, de forma que o sujeito passa a ser também, objeto, graças a traumática e precoce vivência da expulsão/rejeição.

Não há culpa original, como a religião inventou.

Há apenas, uma expulsão orgânica. Mas veja, ninguém tem culpa disso. Nem a mãe, nem o  nascituro. É simplesmente um processo natural.

Claro que essa experiência precoce e traumática de expulsão/rejeição, pode ser  enormemente amenizada – ou agravada - pelas contingências externas e nisso, lamento informar, mas os pais tem toda responsabilidade, ou culpa. Evidente que depois, o sujeito precisa – ou deveria - assumir a responsabilidade pela sua “re”estrutura psíquica, mas, bem sabemos, que a maioria prefere continuar culpando os outros pela própria desorganização psíquico-emocional, ou seja, a rejeição/expulsão primordial se apoderou de uma existência inteira.  

 

Tercio Inacio

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