CRÔNICA: O que move as pessoas na busca de um terapeuta, psicanalista ou psiquiatra?

 

CRÔNICA

O que move as pessoas na busca de um terapeuta, psicanalista ou psiquiatra?

Certamente ninguém têm duvidas de que um médico é procurado por causa de algum problema no corpo físico, assim como um advogado é acionado devido a algum problema com a lei estabelecida pelo Estado, ou, assim como um professor é requerido para ensinar o que ainda não sabemos, entretanto, e em relação a busca de um terapeuta/psicanalista/psiquiatra? O que move as pessoas nesta busca?

Seria, também, um problema com o corpo? Ou com algum pensamento? Ou com algum comportamento?

Possivelmente, teríamos um longo, ou até mesmo, interminável debate entre terapeutas, psicanalistas e psiquiatras referente a questão posta. Mas, me perdoem os doutos, pois estou mais interessado a ouvir as pessoas que são movidas nesta busca. Aliás, desconfio inclusive, do motivo ser essencialmente o mesmo na busca de um terapeuta, psicanalista ou psiquiatra.

Então José? Buscar ou não buscar? Eis a questão.

Evidente é, sem grandes elucubrações, que só busca a ajuda quem tem algum problema que não consegue/conseguiu resolver sozinho. Sendo assim, qual o teu problema José, problema que te moveu a buscar a ajuda de um terapeuta, psicanalista ou psiquiatra?

- NÃO ME SINTO BEM.

- “EU” NÃO ME SINTO BEM.

Será que não seria/é esta a resposta de todos, ou da maioria que adentra num consultório?

Ou seja, o que move as pessoas nessa busca é o SENTIR (de ter sentimento), no caso, sentimentos desagradáveis, desconfortáveis, não desejados, desanimadores, angustiantes, desestabilizadores, inomináveis ... E por não conseguirem recuperar a “paz” ou o bem estar afetivo por conta própria, nem com outras formas de ajuda, resolvem buscar a ajuda de alguém “estudado” a fim de obter ajuda para a “tranqüilização afetiva”.

Usei o termo “estudado” no sentido de enfatizar que alguns dedicam 5, 6, 10 ou até mais anos em estudar o que já foi pesquisado, validado academicamente e escrito nesta área específica, além é claro, de muitos seguirem pesquisando nessa área. Sem esquecer de mencionar, que muitos dos “estudados”, também fazem a própria experiência de serem ajudados por outros da área, já mais experientes, na teoria e na prática.

Então, caro José, só posso dizer que você, enfim, decidiu-se pelo caminho e pela ajuda mais recomendável para a tua busca. Evidente que não será um “caminhar” fácil, mas lembre-se, você não estará sozinho neste percurso, e melhor ainda, estará sendo acompanhado por alguém com conhecimento e experiência. Mas, convém deixar claro, prezado José, que você terá que fazer o percurso com as tuas próprias pernas, aliás, ninguém pode caminhar por você, assim como ninguém pode “sentir” por você, ou seja, só você tem os sentimentos que tem, experiencia no teu corpo, aqui e agora, sente o que você deixa, de uma forma ou de outra, que te “afete”.

E conhecer esta tua estrutura, ou melhor, esta tua “infraestrutura afetiva” - que te faz “sentir” o que só você sente - é o caminho que tens pela frente. Caminhar de uma vida inteira, para muitos. Na verdade, para poucos, porque só alguns despertam e tem coragem suficiente para percorrer este caminho, caminho que te levará a tua “alma afetiva”, como costumo dizer.

SENTIR, OU SENTIR? EIS A QUESTÃO, CARO JOSÉ!

 

   Tércio Inácio

 

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Psicologia e neutralidade

crônica - O TRIPÉ DA PSICANÁLISE X A PRÁTICA EM PSICOTERAPIA