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crônica - “vergas” psíquicas

  crônica -   “vergas” psíquicas Primeiramente convém explicar o conceito verga: se refere ao sulco feito na terra por um arado. Entretanto,  o detalhe que quero aproveitar aqui, requer que este arado seja puxado por bois e ao arar a terra  de um lado para outro, um dos bois sempre estará caminhando pela verga feita na volta anterior,  o que possibilita um arar contínuo da terra e um caminhar/puxar dos bois, também constante e adequado.   Outro exemplo de verga poderia ser aquele trilho que o gado vai fazendo ao longo de seu caminhar  por um potreiro. Eles tendem a passar sempre no mesmo trilho, que vai afundando aos poucos  até virar uma verga na terra, claramente visível e fielmente mantida  dia a dia. Curiosamente,  eles podem ter milhares de metros quadrados à disposição para caminhar, mas, seguirão o trilho de sempre  quando precisarem atravessar um campo.  Isso posto, parece que também criamos “vergas psíquicas” pela...

Psicologia e neutralidade

  Psicologia e neutralidade E a perplexidade com o curso de Psicologia segue aumentando. No começo do curso, fiquei desapontado com o  foco no mental humano, da Psicologia. Como fui notando que a Psicologia toda, ou melhor, de praticamente todos  os continentes, fora fundada por médicos neurologistas, optei por me recolher na minha insignificância de neófito  daquela nova ciência, nova para mim e, nova no mundo humano (tem apenas uns 120 anos). Aqui nem vou  adentrar em outra confusão comum, para não desviar o foco, mas, outro emaranhamento erigido é confundir  Psiquiatria, Psicanálise e Psicologia.  Enfim, basta dizer que os médicos seguem mandando em tudo e a Psicologia segue afundada na neurologia,  no  “mental”. Infelizmente o Freud, como médico que era, também não superou o paradigma mental, tanto que para  a Psicanálise pré-consciente, consciente e inconsciente são condições mentais, apenas.  Para complicar, a minha perplexida...

Mentiras e promessas: causas ou sintomas de imaturidade psíquica?

  Mentiras e promessas: causas ou sintomas de imaturidade psíquica? Indo direto ao que precisa ser dito: quantas vezes você já mentiu hoje? E quantas promessas você fez na  última semana?  Ainda: por que você mente? Por que mentimos tanto? Evidente que aqui estou me referindo a mentira intencional. Mentira consciente, ou seja, nada de  dar a culpa para o inconsciente.   Quem sabe, um questionamento pertinente ainda, seria: quando comecei a mentir? Certamente a resposta  será unânime admitindo que começamos a mentir na infância, na pré-adolescência. Em geral, é uma  forma de autodefesa, logo, revelando que há algo para ser defendido e algo do que se defender.  Considerando que as crianças também mentem para outras crianças - e não somente para os adultos -  parece ser possível ratificar que a mentira é, de fato, uma autodefesa. Mas, o que uma criança quer  defender tanto? A sua imagem, a sua aceitação, a sua não rejeição… ? Claro que ela ...

Uma analogia possível entre o silêncio e as raízes de uma árvore

  As raízes de uma árvore crescem em silêncio Uma analogia possível entre o silêncio e as raízes de uma árvore. Comumente as pessoas se impressionam com a copa de uma árvore, ou melhor, com a viçosidade de uma  árvore. Tiram milhões de fotos perante essa parte majestosa da árvore. Comumente, as pessoas também se impressionam com aquilo que enxergam numa pessoa: um corpo  esbelto, ou musculoso, ou o carrão no qual chega, ou com as roupas que estão ostentando…    Entretanto, nos dois casos, não é notado, o que está por debaixo daquilo tudo, ou seja, as raízes da árvore, e por que não, as “raízes” da pessoa. Ocorreu-me agora, que há algo incomparável nesta analogia, qual  seja, uma árvore frondosa PRECISA de raízes profundas ou de muuuitas raízes menos profundas, já uma  pessoa “extravagante”, geralmente tem poucas raízes e sempre superficiais, pois a  “extravagância humana”, normalmente, é uma fuga do silêncio e sem silêncio interior - e exterior -...

O Incosciente é pagão

 O Incosciente é pagão, sem classe social e assexuado?

Energia psíquica: sexual ou dinheiro, ou ...

  Energia psíquica: sexual ou dinheiro, ou ... Freud dedicou sua vida de pesquisador em torno da questão da “energia” que move o ser humano. Intrigado com a técnica da hipnose e com as experiências de Charcot, logo ficou claro que não era o físico/orgânico que “comandava” o humano, afinal, a pessoa hipnotizada conseguia fazer o que em circunstâncias normais não lhe era possível, como por exemplo, até mesmo caminhar. Enfim, estava claro que o problema não era físico, mas que havia alguma outra “força” que impedia a pessoa de caminhar.   Possivelmente, no período medieval isso seria atribuído a bruxaria ou a outras crendices. Entretanto, lamentavelmente, Freud restringiu tudo ao mental, ou seja, aquela “força” que impedia a pessoa de caminhar seria mental. Mental “inconsciente-consciente” foi a grande hipótese de Freud para explicar a energia que move o ser humano. Felizmente, graças a Freud, as crendices medievais aumentaram a perda de espaço para as pesquisas e especulaç...

A REJEIÇÃO PRIMORDIAL E O NASCIMENTO DO PSIQUISMO/SUBJETIVO

  A REJEIÇÃO PRIMORDIAL E O NASCIMENTO DO PSIQUISMO/SUBJETIVO Minha hipótese é que na vida intra-uterina todo feto se “sente” num paraíso, afinal, é carregado de um lado para outro como um rei, alimentado e nutrido continuamente, passando os dias imersos nas “águas” daquele paraíso.   Claro que em muitos casos o lado externo deste paraíso é um inferno. E eis que, um dia, vem a expulsão do paraíso. (seria esta a expulsão do paraíso descrita no Gênesis?) O trauma primordial ocorre.   A rejeição que “pare” – de parir - o psiquismo humano. Psiquismo que é nossa condição/estrutura emocional (e não mental). O ser subjetivo é parido, pois é ele que vivenciou naquele momento, a expulsão e “sentiu” o ocorrido como “a rejeição”. Em termos psicanalíticos poderia se dizer que o “sujeito” passou a se sentir “objeto” também, ou seja, a estrutura psíquica sujeito-objeto nasceu. Afinal antes, na vida intra-uterina, ele era só sujeito – único, inclusive com o corpo da mãe – e ...